Ensinar máquinas a tomar decisões parece coisa de filme, mas está presente na vida real desde o século passado. A Inteligência Artificial evoluiu ao ponto de que, hoje, basta fornecermos alguns elementos e fazermos perguntas para que softwares nos deem respostas instantâneas. Em poucos segundos, conseguimos tirar dúvidas sobre qual o melhor tipo de roupa para ir em determinado evento, por exemplo. Mas também corremos o risco de nos depararmos com informações falsas ou fake news que podem gerar problemas.
Por ser um universo complexo e sem regulamentação, é preciso checar o que recebemos como mensagens afirmativas antes de depositarmos toda nossa confiança nestas fontes de pesquisa, como o ChatGPT.
Este tema foi discutido em evento realizado nesta terça-feira (28) pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham), com olhar específico para a Educação.
A moderação foi feita por Adam Patterson, diretor adjunto da Britcham no Paraná e teve como palestrante Emma Carlile, professora da University of the West of Scotland (UWS) e que faz parte do The Education Group (TEG) London. Confira aqui a íntegra do webinar.
“As novas gerações estão cada vez mais conectadas e se conectam cada vez mais cedo. A IA começa a fazer parte deste ciclo. Precisamos aprender como fazer isso funcionar de maneira correta para agregar ao desenvolvimento educacional da sociedade”, disse Emma Carlile.
Um importante ponto considerado chave pela professora é a conexão entre educação e inteligência artificial para entender como aprender a usar a ferramenta e o que pode ser feito para nos tornarmos mais participativos neste processo.
“Não imagino que haja uma solução fácil e rápida para o uso de IA na educação, mas precisamos discutir isso para encontrarmos caminhos que nos levem à solução. A Inteligência Artificial é o novo produto da evolução tecnológica, então, precisamos aprender como utilizar em prol da educação para trazer benefícios aos estudantes”, ressaltou.
Emma Carlile pontuou, também, que o uso da Inteligência Artificial também precisa ocorrer de modo que não comprometa a integridade e a confiabilidade do mundo acadêmico, além do cuidado com o viés que pode existir em cada plataforma de IA. Para ela, é fundamental que haja a regulamentação desta tecnologia.
“Penso que, caso não haja uma regulação do uso da IA, podemos entrar em um caminho perigoso para o planeta. Um exemplo extremo: se a Inteligência Artificial entender que precisa eliminar um risco, ela vai trabalhar para isso. Se um dia o ser humano for classificado como um risco pela IA, podemos enfrentar sérias consequências. É um exemplo extremo, mas precisamos pensar nisso”, argumentou.
Outro desafio está relacionado à desigualdade social. Emma reforçou que a tecnologia tem alto custo e que, atualmente, está disponível para quem tem a capacidade de investir. Isso acende um alerta para a possível elevação do abismo educacional entre pobres e ricos. Por isso, além de aprender a utilizar e regulamentar a ferramenta, é necessário que haja um trabalho de políticas públicas em todo o mundo para democratizar a Inteligência Artificial em todos os níveis da Educação.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham