“Engajamento de funcionários no Brasil é o atual desafio para líderes corporativos”. A afirmação de Paul Ferreira, professor de Estratégica e Liderança na Fundação Getúlio Vargas, ocorreu na última quarta-feira (21), em reunião realizada pelo comitê de Capital Humano & Educação da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham).
O acadêmico levantou a questão enquanto compartilhava dados do Engaja S/A, o primeiro Índice de Engajamento Corporativo do Brasil. O levantamento aponta que 60% dos profissionais que atuam no Brasil estão desengajados. Paul Ferreira explica que o “engajamento no pós-pandemia se torna uma agenda para líderes corporativos” e que “isso está associado a questão da resignação”.
De acordo com os resultados da pesquisa, as diferenças regionais afetam o retrato do engajamento no Brasil: Norte e Nordeste concentram as maiores porcentagens de pessoas engajadas, com 58% cada, seguidos pelo Sul (45%), Centro-Oeste (43%) e Sudeste (30%).
Na visão de Paul Ferreira, os profissionais têm oportunidades mais escassas no Norte e no Nordeste em comparação com Sul e Sudeste, o que faz com que se tenha um menor poder de escolha em relação a empresas para se trabalhar, gerando um engajamento maior para se manter empregado.
Outro recorte da amostra compara as modalidades de atuação. O grupo que atua de forma remota é o que enxerga o ambiente de trabalho mais positivo (45%), enquanto a mesma percepção é igual entre as pessoas que exercem as funções de forma híbrida (40%) e presencial (40%).
Mulheres e homens estão igualmente engajados, mas os homens são mais favoráveis sobre o ambiente de trabalho positivo e significado do trabalho. O principal motivo é a remuneração, tendo em vista que este grupo tem salários maiores do que as mulheres.
Além da remuneração, Paul Ferreira detalha que outros cinco fatores são essenciais para que as pessoas estejam engajadas com o propósito das empresas: ambiente de trabalho positivo, significado do trabalho, confiança na liderança, boas práticas de gestão e oportunidade de crescimento. Foram ouvidos 1.732 profissionais neste estudo em todo o Brasil, todos empregados no regime CLT.
A apresentação faz parte do calendário de eventos promovidos pela Britcham. Acesse a relação completa de atividades aqui.