Cônsul-geral britânico em São Paulo, Jonathan Knott acredita que acordo de livre comércio entre países irá potencializar ainda mais as nações envolvidas
Brasil e Reino Unido são parceiros com anos de tradição, aliança que pode ser reforçada mediante os laços comerciais que representam mais de 5,6 bilhões de libras, algo em torno de 41,9 bilhões de reais, em cotação atual. Porém, conforme destacou Jonathan Knott, cônsul-geral britânico em São Paulo, em evento comemorativo dos 105 anos da Câmara Britânica de Comércio de Indústria no Brasil, apesar do montante, o Reino Unido tem uma participação bastante discreta nas importações brasileiras. “Estamos atrás de outros exportadores europeus, como Alemanha, França, Itália e Espanha, algo que pode ser mudado mediante um acordo de livre comércio entre Brasil e Reino Unido”, salientou o cônsul.
Além dos números mencionados por ele, ainda é preciso levar em conta o fato de o Reino Unido ser a 5ª maior economia do mundo, mas apenas o 20º maior parceiro comercial brasileiro.
Knott mencionou que, em momentos de crise, o comércio internacional tem se mostrado um caminho bastante eficaz, mas para que possa funcionar corretamente é fundamental que tenham mecanismos eficientes para alavancar todos os benefícios socioeconômicos e, certamente, o livre comércio traria essas consequências positivas.
Em relação ao Brasil, o cônsul-geral britânico em São Paulo afirmou ter certeza de que a relação pode ter uma performance comercial superior à atual. “Temos o objetivo de assinar o acordo de livre comércio tendo como base a forma que é feito entre a União Europeia e o Mercosul, porém, sendo mais ambiciosos e comprometidos em temas específicos. Como comissário de comércio para a América Latina e Caribe estou confiante de que estamos no caminho correto para atingir esse objetivo”, adiantou Jonathan Knott. Tal acordo é essencial para complementar os benefícios de futuras parcerias comerciais e bilaterais, evitando a dupla tributação e, principalmente, atraindo investimentos produtivos no comércio e serviços.
Encontros
Ao lado do embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson, e da presidente da Câmara Britânica, Ana Paula Vitelli, Jonathan Knott revelou que representantes de Reino Unido e Brasil têm se reunido para o que ele chama de “diálogos de alto nível e para diversos setores”, especialmente em áreas como o Joint Economic Trade Comittee (para comércio e investimentos), o Economic and Financial Dialogue (para finanças e serviços financeiros) e o Joint Agricultural Dialogue (para assuntos de agricultura e sustentabilidade). “Todo esse trabalho tem possibilitado uma governança muito mais próxima e regular de interações sociais entre os governos brasileiro e britânico”, garantiu o cônsul.
Peter Wilson, embaixador do Reino Unido no Brasil, acredita que a proximidade cada vez mais positiva entre Brasil e Reino Unido pôde ser vista na COP26, Conferência das Nações Unidas para o Clima, realizada em novembro, em Glasgow, Escócia. “A contribuição do Brasil na COP26 foi memorável. As discussões em alto nível em temas de relevância como o mercado internacional de carbono, por exemplo, mostram esse engajamento do País. Como anfitriões desse evento global, ver todo esse empenho do Brasil foi muito importante para as relações Brasil e Reino Unido”.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham