Webinar na Britcham debate os desafios do mercado de combustíveis no Brasil

Com Valéria Lima, diretora executiva do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, e Abel Leitão, vice-presidente executivo da Federação Brasilcom, encontro focou no tema que aflige o País

Com a volatilidade causada pela pandemia da Covid-19 seguida pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o mercado de combustíveis está em crise no mundo todo e o Brasil não foge à regra. Esse foi o tema do debate online conduzido pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria nessa quarta-feira (06/07), com a presença de Valéria Lima, diretora executiva de Downstream do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), e Abel Leitão, vice-presidente Executivo da Federação Brasilcom. O Webinar está disponível na íntegra no canal da Britcham no YouTube, que pode ser acessado aqui.

Valéria ressaltou que o mundo ainda é muito dependente dos combustíveis fósseis na matriz energética, já que carvão, petróleo e gás natural respondem por 80% dessa matriz, apesar do constante apelo pela economia de baixo carbono. “Na crise atual, vimos que os combustíveis fósseis garantem a segurança do suprimento, especialmente o gás natural em se tratando de Europa’’. Valéria também lembrou que quando a guerra estourou, os países integrantes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) foram incentivados a produzir mais por conta do ‘’gap’’ causado pela saída da Rússia do cenário: “vemos que apesar do segmento de petróleo poder ser parte do problema pelo aspecto poluente, em momentos de crise, também é parte da solução’’.

Já Abel abordou o problema da falta de uma política de preços de petróleo no Brasil e o custo oneroso da legislação do setor, principalmente em épocas de crises. Para ele, ‘’a falta de informação e transparência quanto ao reajuste de preços traz uma incerteza muito grande ao setor’’. O executivo também pontuou que ‘’vale lembrar que apesar de sermos exportadores de Petróleo, somos deficitários na capacidade de refino e ainda temos que importar diesel e gás de cozinha’’. Segundo ele, essas importações demoram dias e têm uma logística complexa, o que acaba afetando pequenas e médias empresas.

O custo oneroso da legislação do setor foi elencado como um obstáculo pelo vice-presidente executivo da Federação Brasilcom. Um dos principais problemas é a necessidade de haver um armazenamento de segurança nas distribuidoras, que as obriga a ter de 3 a 5 dias de estoque parado nos tanques. ‘’Essa é uma visão antiquada de décadas anteriores e que se mostrou muito ineficaz quando houve a greve dos caminhoneiros’’, disse. Leitão ainda afirmou que isso representa nada menos que R$ 6,3 bilhões parados apenas para atender uma legislação e que esse prejuízo afeta principalmente as pequenas distribuidoras, que têm pouco acesso ao capital de giro.

Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham