
A Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) homenageou o cientista Dr. Carlos Nobre, OBE, eleito a Personalidade do Ano Britcham 2022, com um jantar realizado na sede da Britcham, em São Paulo. Melanie Hopkins, OBE, então embaixadora interina do Reino Unido no Brasil, também foi aclamada.
Realizado em novembro de 2022, o evento contou com a presença dos líderes das Filiais e dos Comitês Temáticos da Britcham, e de autoridades brasileiras e britânicas, que, tal como toda a comunidade nacional e internacional, reconhecem no cientista brasileiro uma referência nos estudos relacionados à defesa do meio ambiente e ao combate ao aquecimento global.
Após o discurso de homenagem proferido pela presidente da Britcham, Ana Paula Vitelli, Nobre subiu ao palco da Câmara na noite de celebração: “Sinto-me muito honrado, pois é a primeira vez na qual recebo um prêmio que não é estritamente científico. Esse prêmio envolve todo o setor comercial privado e tecnológico, o que é essencial para buscarmos soluções sustentáveis para nosso planeta”, afirmou.
No extenso currículo, o professor Carlos Nobre traz os títulos de pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), diretor científico do Instituto de Estudos Climáticos da Universidade Federal do Espírito Santo e diretor da Amazon Third Way Initiative/Projeto Amazônia 4.0, além de membro da Royal Society. Em agosto de 2022, recebeu da rainha Elizabeth II o Certificado e Medalha de Oficial da mais Excelente Ordem do Império Britânico pela dedicação às questões climáticas.

“Tenho buscado sempre uma enorme parceria com a ciência britânica, terminei meu doutorado no MIT (Massachusetts Institute of Technology) há 40 anos, voltei para o Brasil, encontrei emprego no INPE, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e logo fui convidado para participar do primeiro experimento de cooperação com a ciência britânica, no qual instalamos uma torre de 45 metros numa floresta próxima a Manaus, para ver como a floresta tropical interagia com o clima”, disse o cientista enfatizando a relação próxima que possui com o Reino Unido.
Nobre ainda destacou que “em meados dos anos 90, junto com colegas britânicos, criamos o que se tornou o maior experimento de florestas tropicais no mundo, chamado de Experimento de Grande Escala da Biosfera Amazônica (LBA)”.
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Com uma breve análise do cenário mundial a curto e médio prazos, o premiado cientista apontou, preocupado, que recentes estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontaram que 3,8 bilhões de pessoas estão vulneráveis aos extremos climáticos na Terra. “Considero esse o maior desafio da humanidade, temos de baixar as temperaturas no mundo todo”, exclamou.
Em seu discurso, o pesquisador também frisou que, ao que tudo indica, a COP30 deverá ser realizada na Amazônia e tratará com mais profundidade das iniciativas de créditos de carbono. “Tenho esperança que nas próximas Conferências este mercado seja regulado e o Brasil saia da posição de quarto maior emissor de gases poluentes do mundo”.

Melanie Hopkins, por sua vez, celebrou, em seu discurso, “a parceria e o trabalho incrível com a Britcham”. Segundo ela, a questão climática é primordial na relação do Reino Unido com o Brasil. “No Brasil, investimos mais de 300 milhões de libras em programas do International Climate Finance, que abrangem áreas com agricultura sustentável, promoção da bioeconomia e pagamento por redução de emissão de gases”.
Hopkins destacou que Brasil e Inglaterra devem atingir as metas do Pacto de Glasgow – que promete acelerar a implementação de medidas para limitar o aquecimento global a 1,5° – e frear o aquecimento do planeta em esforços conjuntos. “Temos grandes planos para o futuro e gostaríamos de contar com a participação do professor Carlos Nobre, a quem agradeço pelo trabalho e dedicação”, concluiu.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham