A pluralidade de fontes de energia no Brasil foi pauta do tradicional Seminário de Energia da Britcham, que aconteceu no dia 14 de setembro, na sede da Firjan-RJ; o evento também foi marcado por homenagem à Rainha Elizabeth II
O tradicional Seminário de Energia da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) chegou à 18ª edição. Realizado no dia 14 de setembro de 2022, na sede da Firjan no Rio de Janeiro, o evento contou com três painéis sobre transição energética, novas fontes renováveis e os impactos das mudanças entre os grandes usuários de energia no Brasil e no mundo. A íntegra do evento está disponível no Canal da Britcham no YouTube, que pode ser acessado neste link.
O Seminário teve início com uma homenagem à Rainha Elizabeth II, momento em que se respeitou 1 minuto de silêncio pelo falecimento da monarca no dia 8 de setembro. Na ocasião, a presidente da Britcham, Ana Paula Vitelli, também fez a leitura de uma carta enviada pelo cônsul-geral britânico no Rio de Janeiro, Anjoum Noorani, que participaria do evento e não esteve presente devido ao período de luto decretado no Reino Unido e outros países.
Após a sessão solene à Sua Majestade Rainha Elizabeth II, Adriano Bastos, head of country da bp Brasil, deu início ao primeiro painel ressaltando os esforços que a empresa tem realizado em direção a fontes renováveis. Segundo ele, desde 2019, a companhia aumentou em 35% suas emissões de baixo carbono em operações e investiu US$ 2.2 bilhões em iniciativas sustentáveis. O foco da empresa, atualmente, está no tripé de hidrocarbonetos resilientes, otimização de portfólio e redução de emissões de gases poluentes.
Monique Gonçalves, gerente sênior de Policy & Regulatory da Shell, reforçou que a companhia está alinhada com a redução total de gases poluentes até 2050, na campanha ‘’Net Zero by 2050’’. As ações da empresa para atingir esta meta envolvem oferecer aos consumidores soluções de baixo impacto ambiental, estimular a descarbonização da economia através de iniciativas corporativas, participar de coalizações para acelerar a descarbonização e ter uma política alinhada com o Acordo de Paris, tratado mundial endossado entre 195 países durante a COP21, na França, que possui um único objetivo: reduzir o aquecimento global.
Monique também confirmou que a Shell está envolvida em grandes projetos de compras de créditos de carbono no Brasil, com iniciativas sendo analisadas em diversos biomas, inclusive na Amazônia, em parceria com a CarbonNext, empresa do ramo. A multinacional também está investindo em hidrogênio verde, com cifras em torno de US$ 120 milhões anuais, em parceria com 23 universidades e 1.200 pesquisadores.
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Ampliação do uso das novas fontes energéticas
Ainda durante o painel que debateu “a nova mistura de fontes de energia”, o vice-presidente Brasil da Subsea 7, Daniel Hiller, destacou como as diretrizes da empresa estão alinhadas às fontes renováveis, pois eles criam valor “fornecendo as soluções de transição energética offshore que o mundo precisa”. Além da atuação em outros países, Hiller disse que o Brasil é um player relevante em escala internacional, podendo contribuir com cerca de 23% da produção offshore global e possível 5º maior produtor até 2025.
Na abertura do segundo painel, o presidente da Vast Infraestrutura, Victor Bomfim, também defendeu a expansão da produção energética offshore. Dentre as medidas e projetos apresentados como alternativas de novas fontes, considerando uma menor dependência de outros países, Bomfim explicou o funcionamento do “Hub Líquido” da Vast. De acordo com ele, o investimento em terminais de líquidos se torna uma opção para substituir a importação de gasolina e diesel, biocombustíveis (etanol, biodiesel e outros), e servir o mercado de downstream hoje posicionará o porto para lidar com os líquidos do futuro (amônia, SAF, metanol etc).
Bruno Chevalier, presidente da Marlim Azul Energia, por sua vez, discorreu sobre o complexo Marlim Azul (com potência total de 566 MW), de propriedade do Pátria Investimentos, Shell e Mitsubishi Hitachi Power, com capacidade para gerar energia para aproximadamente 2 milhões de domicílios, apoiado por financiamento de R$ 2 bilhões proporcionado pelo BNDES. Com previsão de início de operação em julho de 2023, Marlim Azul será abastecido com gás natural dos campos do pré-sal, na costa sudeste do País.
No terceiro e último painel do Seminário, Andre Hirano, responsável pelos processos e metalurgia da Anglo American, frisou que compreender completamente sobre a aplicabilidade do óleo vegetal hidrotratado em substituição de combustíveis fósseis na frota da empresa é prioridade. Ele pontou, também, que a Anglo American almeja a redução potencial de 90% em gases de efeito estufa. Hirano ainda detalhou as iniciativas em torno de uma planta de hidrogênio verde em Mogalakwena, na África do Sul.
Para encerrar o evento, Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), deu um panorama geral dos pontos tratados no evento e reforçou a necessidade de atuação conjunta, setores privado, público e sociedade civil, no desenvolvimento e produção prática de fontes de energia renováveis e limpas.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham