O Brasil tem uma oportunidade única de transformar a economia e a sociedade por meio da transição energética e tem convergência com o Reino Unido. As afirmações foram feitas por líderes do setor durante o XX Seminário Internacional de Energia, realizado pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham), na Casa G20, no Rio de Janeiro.
A presidente executiva da ABEEólica, Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum, enfatizou que o Brasil não tem dinheiro para fazer políticas estruturais como Estados Unidos, China e Europa, mas pode suprir esta falta de recursos com as fontes naturais de energia. Na perspectiva dela, para o país evoluir, é preciso que aparatos legal e regulatório avancem no Congresso para que se chegue a um posicionamento relevante no mundo.
“O Brasil está diante de uma oportunidade talvez única nas últimas décadas de transformar a economia e a sociedade por meio da energia ao fazer uma reindustrialização. Nós não vamos perder essa oportunidade, seremos insistentes para que todas as mudanças necessárias ocorram para que a gente possa continuar a transformar nossa matriz, a economia e a sociedade”, disse Elbia Gannoum.
Para alcançar os objetivos de transformação por meio dos recursos naturais que colocam o país em posição de destaque global, parceiros comerciais são fundamentais para impulsionar a transição energética com trocas de conhecimentos tecnológicos e compartilhando experiências.
“Há uma convergência muito grande de visões na área energética entre o Reino Unido e o Brasil, isso facilita nossas interações. Hoje, nosso país tem uma legislação moderna e amplia a abertura de mercado para o hidrogênio, que tem o potencial para conectar setores que são desassociados e promove a descarbonização”, afirmou o professor Paulo Emílio Valadão de Miranda, presidente da ABH2, Associação Brasileira do Hidrogênio.
Renata Isfer, presidente executiva da Abiogás, ressaltou que a eficiência da transição energética brasileira está diretamente atrelada a questões sociais. “Para uma transição eficiente, precisamos deixar claro que em países como o Brasil, os biocombustíveis não competem com a produção de alimentos e que eventual vazamento de biometano pelo seu uso como combustível é infinitamente menos danoso que as emissões de metano que saem de lixões e aterros que não fazem o aproveitamento do biogás e são tão comuns em países mais pobres”, destacou.
Outro fator fundamental para o sucesso na transformação econômica e social brasileira por meio da transição energética é a união entre os diversos universos que apresentam oportunidades por meio de energia limpa. Marcio Trannin, vice-presidente da Absolar, Associação Brasileira de Energia Solar, alerta para a necessidade da flexibilização tecnológica. “Não estamos olhando com carinho para a expansão de energia por baterias. Precisamos ter mais flexibilidade tecnológica nas nossas matrizes energéticas para diversificarmos as fontes naturais”, sinalizou.
As declarações dos líderes do setor de Energia no Brasil ocorreram no painel “Perspectivas para a transformação energética brasileira”. O calendário completo de atividades promovidas pela Britcham está disponível aqui.