O mercado global proporciona oportunidades que ultrapassam as fronteiras e têm o potencial de unir pessoas de diferentes países em prol de um mesmo objetivo. Este universo que converge culturas traz desafios e oportunidades para indivíduos e instituições.
Este foi o tema do evento “Navegando na Cultura Empresarial Global: Desenvolvimento de competências interculturais”, organizado pelo Comitê de Capital Humano & Educação da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham). A reunião, conduzida pela presidente do grupo, Daniela Bauab, contou com a presença de Antoine Faugeres, diretor-executivo para Brasil e América do Sul da Global Business Culture (GBC).
“Quando falamos da cultura de um país, falamos sobre o comportamento da maioria das pessoas na maioria das vezes. Em um primeiro contato com pessoas de outra cultura, você pode obter ou perder a confiança delas. Por isso, é importante melhorar a comunicação e a colaboração para o negócio fluir melhor”, disse Faugeres.
O executivo apresentou para os associados da Britcham algumas situações para exemplificar as diferentes formas de liderança e gestão em países classificados como ‘coletivistas’ e ‘individualistas’.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, demonstrar emoção durante uma apresentação não é algo visto como positivo. A comunicação é muito mais direta. Os funcionários têm acesso direto ao chefe, a comunicação flui mais. Em sociedades como Índia, China e em até certo ponto o Brasil e a França, a hierarquia é mais forte. A tendência é o chefe controlar mais a comunicação e ela é mais top down”, retratou o representante da GBC.
Antoine Faugeres abordou ainda um ponto que considera central: líderes e gestores devem ter no radar a relação com cada indivíduo da equipe. “No Brasil, este é um ponto prioritário para o bom rendimento dos indivíduos e para o alcance de resultados. Já em locais como Estados Unidos e Alemanha, a relação é secundária. A ideia não é ser amigo, é fazer negócio juntos”, resumiu.
A inteligência intercultural é um dos pilares deste universo. O especialista ressaltou a importância de estudar sobre a cultura da empresa, sócio ou integrante da equipe, assim como a história do país de origem e falar um pouco do idioma. “Isso demonstra interesse, empatia e respeito. Faz muita diferença e facilita a preparação para a interação profissional. Entender o horário em que os parceiros preferem trabalhar e o formato de reuniões – online ou presencial. Tomar muito cuidado com dias de feriado para dar uma boa impressão desde o começo também vai abrir portas”, explicou.
Tratar a diversidade como prioridade nas empresas, sejam multinacionais ou nacionais, impacta diretamente em como se manter competitivo no mercado. “Se você tem só franceses em uma sala, a tendência é deles terem as mesmas soluções para os mesmos problemas. Essa é a razão pela qual as empresas focam mais em diversidade. Quando se tem um time com pessoas de diferentes culturas trabalhando juntas, a tendência é de obter resultados mais inovadores”, concluiu.
O webinar faz parte dos eventos promovidos pela Britcham para associados, com o objetivo de promover o desenvolvimento de setores importantes para as economias de Brasil e Reino Unido.