O mapa de riscos foi desenhado e apresentado pela Control Risks, representada pelos sócios Claudine Fry e Nicolas Reys, e pelo analista sênior, Leandro Lima
Nesta quinta-feira (09/03), a Britcham e a Control Risks se uniram para debater os principais riscos que ameaçam o Brasil e o mundo em 2023. Com mediação de Marcia Cicarelli, vice-presidente do Comitê de Riscos & Seguros da Câmara, o evento teve início com a apresentação de Claudine Fry, uma das sócias da Control Risks. A íntegra do webinar está disponível neste link.
Para a especialista, a principal ameaça ao mundo no momento é o duelo entre Estados Unidos e China, uma vez que esta “guerra fria” modela a geopolítica mundial. “Apesar de um conflito armado estar fora de cogitação, por ora, são tensões bilaterais, competições e confrontações que acabam prejudicando todos os países”, disse Fry.
Ela alertou, ainda, que o tema é delicado e requer cuidados transversais. “As empresas internacionais devem estar alertas para qualquer incidente envolvendo as embarcações militares chinesas e americanas na Ásia”, frisou Fry, para quem, por conta desse imbróglio, estas corporações devem monitorar suas cadeias de suprimentos o tempo todo: “setores mais estratégicos e sensíveis ao conflito, como o de tecnologia, devem reduzir significativamente a dependência desses dois gigantes mundiais que, cada vez mais, priorizam sua autossuficiência”.
Outro risco apontado por Claudine Fry foi o da disrupção energética. “Os países estão gerenciando toda essa mudança enquanto perseguem sua melhor adaptação”, pontuou a especialista. Nesse sentido, a busca pelas melhores fontes de energia será permanente e deve encontrar novas soluções, principalmente devido à guerra na Ucrânia e pela necessidade de descarbonização da economia junto à escalada do aquecimento global. “A pergunta que todo país deve se fazer é: ‘quão resilientes são as minhas fontes de energia?’’’. De acordo com a sócia da Control Risks, o comprometimento mundial com as diretrizes ESG deve ser cada vez maior e potências como China, Índia e Brasil devem liderar a corrida.
O terceiro risco elencado foi o regulatório, devido à situação econômica mundial, com a inflação ameaçando até grandes potências como EUA e Inglaterra. “Governos estarão famintos por deixar as suas finanças mais saudáveis e apertarão ainda mais a fiscalização das empresas, atentos a todas as transações e acenando até com impostos inesperados”, alertou Fry.
No segundo bloco do webinar, Nicolas Rey, também sócio da consultoria internacional, lembrou do impacto que a guerra na Ucrânia ainda provoca, principalmente na quebra da cadeia de suprimentos e por sanções econômicas impostas à Rússia. Ele frisou que “não existe mais o conceito de networks global. Há uma tendência cada vez maior de que cada espaço nacional vire uma zona de guerra, sujeita a ataques cibernéticos”. Para Rey, a corrida pelas “ciber armas” será dramaticamente acelerada em 2023 e toda a resiliência e segurança dos sistemas nacionais serão testados.
O último bloco do evento online trouxe Leandro Lima, analista sênior da Control Risks, para destacar os riscos direcionados, especificamente, ao Brasil neste ano. “O maior deles será navegar pela neutralidade no conflito Estados Unidos-China”, afirmou. Também será uma incerteza até que ponto esse choque geopolítico afetará o novo governo brasileiro. Para Lima, o clima no País ainda é de ansiedade quanto ao presidente Luis Inácio Lula da Silva, recém-empossado, e “toda a polarização política que se instalou nos últimos anos deve permanecer”. O analista ainda ressaltou que deve haver uma reconciliação no Brasil entre as preocupações socioambientais e as necessidades energéticas.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham