A Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham), em parceria com a Control Risks, reuniu investidores brasileiros e britânicos, e representantes do governo do Reino Unido para apresentar a principal previsão anual de riscos empresariais. O estudo feito pela Control Risks auxilia na navegação sobre os riscos de modo organizado e com insights.
O evento já tradicional marca o início dos encontros proporcionados durante todo o ano pela Britcham aos associados para o fomento dos negócios entre os dois países. A presidente da instituição, Ana Paula Vitelli, reforçou a importância dos diálogos e encontros proporcionados em parceria com empresas associadas.
“É um enorme prazer dar início aos eventos da Britcham em 2024 com o RiskMap no formato presencial, em parceria com a Control Risks, apresentando os principais desafios tanto no cenário Brasil quanto no âmbito global”, disse.
Christian Perlingiere, sócio da Control Risks e responsável pelas operações no Brasil e Cone Sul, destacou o que classifica como “grande realinhamento”.
“Hoje, países como Brasil, Argentina e do Golfo, que são potências médias, têm cada vez mais autonomia de agir pelos próprios interesses. Um exemplo de força é a ampliação do Brics”, avaliou o executivo.
De acordo com o relatório, o PIB dos países considerados potências médias deve permanecer próximo de 3% durante os próximos cinco anos, taxa considerada como “saudável”.
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O estudo da Control Risks aponta que a incerteza sobre as relações entre os Estados Unidos e a China em meio à eleição presidencial americana é vista como um dos principais fatores de risco, já que deve causar uma paralisia nas ações do mercado financeiro.
“Quem tem capitais vai esperar um pouco para se posicionar, devem esperar resultados de pesquisas eleitorais para tomar decisões. O papel do próximo presidente americano vai definir políticas ativas internacionais, como posicionamento em conflitos”, pontuou Christian Pedingiere.
Marina Pera, analista associada da Control Risks, detalhou como a tensão entre Estados Unidos e China é vista na América Latina. Segundo a especialista, “a América Latina deve permanecer em posição de neutralidade, com manutenção de parcerias estratégias com os dois países. É algo que o Brasil tem feito. Muitos países vão continuar a fazer isso. O México, por exemplo, está importando mais da China. Isso mostra que o nearshoring é uma oportunidade para a América Latina. É uma tendência que vai continuar forte em 2024″, concluiu.
O estudo traz, também, outros riscos que podem impactar nas negociações financeiras de todos os setores da economia mundial, como o déficit de confiança.
“Em 2024, empresas de todo o mundo serão confrontadas com uma mudança de paradigma na integridade dos dados, sistemas e tecnologias dos quais seus negócios dependem. Proteger a integridade da tecnologia e dos dados contra ameaças emergentes será mais desafiador do que nunca”, aponta o documento produzido por analistas.
“Um ataque cibernético não é mais uma questão de ‘se’ e sim de ‘quando’. Um dos ataques mais comuns a empresas é o uso de credenciais vazadas. Isso é feito para invadir sistemas de empresas. Ferramentas de Inteligência Artificial também são utilizadas porque roubam dados e informações de empresas. A presença da Inteligência Artificial expande a superfície de ataque e faz com que aumente o risco para as empresas”, alertou Lucas Silva, diretor da Control Risks.
“Soluções resilientes custam mais. É necessário um nível de maturidade de liderança criativa para investir”, afirmou Christian Perlingiere.
Mario Braga, analisa de risco político sênior da Control Risks, detalhou os riscos e as oportunidades na agenda verde. “Debaixo do guarda-chuva de ESG, as empresas estão cada vez mais preocupadas em entender como o ativo se enquadra na realidade local, por exemplo, na compra de crédito de carbono”, disse.
Ainda em relação ao meio ambiente, o estudo apresentado mostra que os transtornos causados pelas mudanças climáticas serão a principal fonte de ameaças em 2024 para a sociedade. Um ponto de atenção, segundo a Control Risks. é de que “haverá pouco apoio financeiro dos governos em um cenário de descarbonização ainda deficiente, prioridades contraditórias e preocupações fiscais”.
O estudo sobre os principais riscos que estão no RiskMap 2024, da Control Risks, está disponível aqui.
Fonte: Comunicação – Britcham