Projetos nas áreas de infraestrutura, mobilidade urbana, saneamento e energia limpa despertam a atenção para parcerias público-privadas
O desenvolvimento sustentável da relação comercial entre Brasil e Reino Unido foi tema de discussão nesta quarta-feira (2) entre representantes do governo de São Paulo e investidores. O encontro foi promovido pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham).
Ana Paula Vitelli, presidente da Britcham, explicou que o Brasil desperta o interesse de uma série de investidores e empresas britânicas. “A gente vem buscando essa sinergia com diferentes players como, por exemplo, nos setores de energia, de mineração, do próprio setor de infraestrutura ou mesmo de serviços financeiros profissionais, só para mencionar alguns deles”, disse.
Com uma agenda voltada para investimentos em infraestrutura industrial e tecnologia, também dando prioridade para pautas bastante próximas às agendas que a Câmara tem trabalhado, como economia verde e investimentos sustentáveis, o Governo de São Paulo se mostrou aberto a PPPs (Parcerias Público Privadas) para a realização de obras de grande impacto social.
O secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, detalhou os projetos de infraestrutura do governo paulista que estão em andamento, como os planos para as rodovias Castelo Branco e a Raposo Tavares, as expansões de linhas de metrô e trem, a interligação entre São Paulo e Campinas via trilhos, e a renovação da frota de balsas no litoral.
Benini ressaltou que a administração do estado de São Paulo está aberta ao diálogo para ampliar os projetos de crescimento com parcerias privadas. Um exemplo citado é a construção de um túnel que conecta as cidades de Guarujá e Santos. A obra é avaliada em R$ 6,2 bilhões. “A gente não acredita que qualquer governo tenha a capacidade de fazer disso uma obra 100% pública. Queremos fazer uma PPP desde o começo para que exista a troca de experiência e a assertividade na execução”, destacou o secretário.
A mesma visão de parceria se estende para outras áreas, como habitação e saneamento. Natalia Resende, secretária de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, avalia que é fundamental a troca de ideias com atores da sociedade civil, como população, empresários e o mercado. “Ouvir vocês é muito importante para que a gente possa evoluir em nossas políticas públicas”, disse.
A secretária mencionou que os interesses da pasta são semelhantes aos que fazem parte das discussões da Câmara Britânica. “A gente fala que nosso fio condutor é aquilo que vai nos levar à integração, com uma visão mais estruturada de longo prazo. Para a gente conseguir estimular projetos sustentáveis, projetos, por exemplo, que olhem o todo do esgoto para gerar energia; que olhem resíduos para poder fazer essa questão da carbonização; da transição energética para gerar energia limpa, existe um desafio de escala. Então, a gente precisa olhar os pequenos projetos e usar a força do Estado para dar escala para essas iniciativas”, completou.
A secretária também destacou os planos governamentais referentes a Sabesp, crédito de carbono, gestão de parques públicos, matriz energética e os programas de saneamento. Para ela, a grande questão é “dar volume a projetos que já são executados em alguma medida pela iniciativa privada”.
Para Martin Whalley, diretor executivo de Comércio e Investimentos do governo britânico no Brasil, há um simbolismo da cooperação histórica entre as duas nações quando o assunto é obra de infraestrutura. “A estação da Luz foi construída na Escócia e transportada para o Brasil. A São Paulo railroad foi um projeto desenvolvido pelo governo inglês. Agora estamos falando sobre o trem que vai conectar Campinas à São Paulo, estamos falando de novos negócios de saneamento e de cidades inteligentes”.
“Queremos trabalhar mais com a Sabesp para atingir as metas até 2030. São Paulo tem muita preocupação com sustentabilidade, com o plano de ação climática assumido na COP27 em parceria com o Reino Unido. Estamos comprometidos em apoiar e liderar esse esforço global”, destacou Whalley ao reforçar o interesse na troca de saberes entre governos. Uma vez que São Paulo tem muito a oferecer em conhecimento, enquanto Londres é reconhecida como a capital mundial da mobilidade urbana, o intercâmbio de conhecimento e oportunidades seriam latentes.
Cada ponto discutido neste encontro faz parte da lista de prioridades do Comitê de Infraestrutura da Britcham, que tem Paulo Dantas como vice-presidente. “Estamos em contato constante com representantes do setor público. Fizemos uma reunião com o ex-secretário de Infraestrutura de Minas Gerais, Fernando Marcato, e agora estamos recebendo autoridades do estado de São Paulo, que é a vanguarda da infraestrutura no Brasil. Convido a todos que têm interesse no setor a fazer parte desta construção conjunta que tem um potencial enorme para o desenvolvimento sustentável da economia”.
Também estiveram presentes no evento a presidente nacional da Câmara Britânica, Ana Paula Vitelli, a vice-presidente da Britcham São Paulo, Mariana Pimentel, e as lideranças do Comitê de Meio Ambiente & Sustentabilidade, Bianca Antacli (presidente) e Guilherme Leal (vice-presidente).
Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham