Governo britânico detalha atuação com o Brasil no combate às mudanças climáticas

A descarbonização da economia é um compromisso global de todos os setores da indústria. Para fomentar a discussão, ampliar o olhar para o tema e promover movimentações no cenário da transição energética, a Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) realizou nesta terça-feira (2) um debate sobre os acordos assinados entre Brasil e Reino Unido.

O evento foi conduzido pelo Comitê de Meio Ambiente & Sustentabilidade da Britcham, e contou com a contribuição do conselheiro de Clima, Natureza e Energia para Brasil do governo britânico, Richard Ridout. O Reino Unido é o segundo maior parceiro do Brasil em ciência e o terceiro em meio ambiente.

O especialista destacou a importância da Parceria para o Crescimento Verde e Inclusivo que o Reino Unido estabeleceu com o Brasil. “O componente substantivo dessa parceria cabe a vocês, no mundo real, sobre como realmente fazer a transição de uma economia e de negócios, pensar em como mitigar o impacto das mudanças climáticas.”

Na avaliação de Richard Ridout, o Brasil construiu um novo compromisso e uma nova estratégia de longo prazo na questão climática, e está empenhado em deter o desmatamento e a perda de biodiversidade. Mas pondera que é preciso intensificar as ações no cenário empresarial.

“O que queremos poder fazer agora é tentar gerar até a COP30, por meio de financiamento, o que será um grande desafio, alguns projetos reais e tangíveis, que sejam longos e sustentáveis. Isso demonstrará um retorno sobre o investimento. Isso realmente fala ao setor privado. Ainda não chegamos lá. Há uma enorme lacuna em termos de escala e projeto. Isso abrange florestas, agricultura, energia, finanças e clima”, afirma Richard Ridout.

O representante do governo britânico pontua que é necessário melhorar as estruturas existentes em todos os níveis – federal, estadual e municipal – para implantar e alavancar o financiamento privado para gestões florestal e agrícola nos diversos biomas brasileiros.

“Muitos dos projetos devem ser focados na Amazônia, buscando transparência e rastreabilidade, formas pelas quais podemos garantir aos investidores que seus produtos são livres de desmatamento. É bastante trabalhoso, mas é uma pequena gota num oceano enorme. Mas está essencialmente a permitir o enquadramento no qual as empresas podem entrar por trás disso”, conclui.

A Britcham realiza diversos eventos que abordam temas de diferentes setores da economia, com foco nas relações entre Brasil e Reino Unido. O calendário de atividades está disponível neste link.