“Nenhuma fonte de energia limpa deve ser dispensada”, enfatiza especialista em reunião da Britcham

A descarbonização da economia gera oportunidades de negócios e expansão de projetos que envolvam matrizes energéticas limpas. É o caso das usinas nucleares. O tema foi centro de discussão promovida em conjunto pelos comitês de Energia e Meio Ambiente & Sustentabilidade da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) nesta quinta-feira (8).

A advogada Elina Teplinsky, especialista em projetos transfronteiriços de hidrogênio e transição energética, analisou os resultados da COP28. Na visão dela, é possível avançar além do patamar atual. “Os projetos reais que precisamos ainda não estão acontecendo. As emissões de gases poluentes crescem em vez de diminuir. São 28 anos que os países se reúnem e nós não estamos progredindo”, disse.

O avanço esbarra na falta de capacidade global para substituir os combustíveis fósseis. Em meio a este desafio, Teplinsky ressaltou a alta acelerada da temperatura do planeta. A especialista afirmou que este fator gera um grande alerta para o mundo. “Aqui estamos, em 2024, com quase 1,5°C a mais. Isso ocorre 4 anos antes do previsto”.

Em uma das alternativas sugeridas durante o diálogo exclusivo com associados da Britcham, Elina Teplinsky destacou a importância de “atacar” as mudanças climáticas de forma organizada com a soma de recursos e tecnologias existentes.

“A maioria das organizações ambientais de posição central defende que precisamos de todas as ferramentas. Não podemos confiar apenas em uma coisa. Precisaremos de energias renováveis, o que inclui energia solar, eólica, geotérmica e hídrica. Vamos precisar de energia nuclear. Vamos precisar de captura de carbono, armazenamento e utilização, vamos precisar de hidrogênio e listar todas essas coisas”, defendeu Teplinsky.

A convidada da Britcham destacou ações contra o aquecimento global que são feitas pelos países mais poluentes do mundo.

“Os Estados Unidos são um bom exemplo de nação que encabeça as discussões. O país tem incentivos, como investimentos, créditos que contribuem para a melhoria de estruturas. A China também, mas ainda queima muito carvão. A sua meta de descarbonização é 2060 e há muitas nações no Oeste que são 2040, 2050. Temos a Índia, por volta de 2070, porque eles dependem muito dos combustíveis fósseis, neste momento, por isso veremos se algumas dessas nações vão caminhar a passos largos no sentido da descarbonização em 2030”, concluiu.

A Britcham promove discussões por meio de seminários e webinários organizados por comitês temáticos. Todos os principais setores da indústria são contemplados com o objetivo de fomentar os negócios entre Brasil e Reino Unido.