Em webinar promovido pela Britcham, especialistas da multinacional Control Risks debatem as ameaças econômicas, geopolíticas e sociais para 2022
Em pleno momento de guerra entre Rússia e Ucrânia e em ano eleitoral no Brasil, os cenários político, econômico e social apresentam uma maior instabilidade. Tendo em vista a turbulência, a Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) organizou, nesta quarta-feira (23), um webinar com os especialistas da Control Risks, empresa de consultoria global, especializada em riscos políticos, de segurança e de integridade, que capacita seus clientes para entender e administrar os riscos de operar em ambientes complexos e adversos. A íntegra do evento está disponível neste link.
No primeiro bloco, Charles Hecker, sócio da Control Risks, elencou as principais ameaças que os governos e empresas enfrentarão em 2022. Para o executivo, neste ano, devido à guerra e à pandemia de Covid-19, o setor privado não contará com eventuais suportes de governos e entidades no enfrentamento de obstáculos. “Os estados e países tornaram-se disfuncionais, frágeis e vulneráveis por conta da pandemia’’, frisou.
Outra ameaça listada foram os ataques cibernéticos, que podem desestruturar muitos governos, sempre em grande escala. ”As companhias privadas estão sozinhas nesse combate, pois os governos têm de lidar com possibilidades de riscos bem maiores em possíveis ataques a infraestruturas que prejudicariam milhões de pessoas’’, completou o executivo.
Consequências das mudanças climáticas também preocupam, mas Hecker pontuou que outro grande risco reside na implementação de políticas de ESG por parte do setor privado. “Essa é uma política muito nova, que se expande a passos largos, gera um ‘buzz’ corporativo significativo e vai se fundindo rápido com as companhias. Qualquer erro estratégico pode ser fatal’’.
Durante o debate mediado por Carolina Saldanha-Ures, que se despede da Presidência da Filial Britcham em São Paulo após dois anos, e Geert Aalbers, sócio da Control Risks, Charles também salientou que uma peça fundamental no xadrez político mundial já não é mais a mesma: “Ficou claro que os Estados Unidos não são mais os xerifes do mundo. Não sabemos quem será o próximo a ocupar esse posto. Mas esse período de vácuo permitiu que a Rússia invadisse a Ucrânia’’.
Para Mario Braga, analista sênior para o Brasil, o cenário nacional, apesar da inflação, não é tão perigoso uma vez que o conflito entre Rússia e Ucrânia não deverá trazer drásticas consequências ao País. “Temos um presidente, Jair Bolsonaro, que se manteve neutro neste conflito e que até esteve na Rússia dias antes da guerra explodir’’, disse. “Em compensação, a Rússia é o sexto maior importador de produtos brasileiros como açúcar, café, carne, soja e frango, e não sabemos ainda como essa balança vai pender nos próximos meses’’, completou o analista.
Mario ainda reforçou as ameaças da guerra ao setor do agronegócio brasileiro: “importamos 85% do volume de fertilizantes e desse total, 25% vêm da Rússia e Bielorrússia, o que pode gerar um desfalque nesses itens em breve’’. Para o especialista em riscos para o Brasil, a aposta no cenário político é a de que Lula vencerá as eleições. “Bolsonaro sofreu o impacto com a atual deterioração da economia e provavelmente teremos a volta da esquerda ao poder’’. Leandro Lima, analista para o Cone Sul da Control Risks, também participou do Webinar.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Britcham