As análises econômico-financeira do cliente e de risco do projeto balizam os contratos de seguradoras com os setores públicos e privados. Por mais diversos que seja o universo de particularidades, estas bases determinam o rumo dos negócios.
O processo de construção de acordos, tanto em âmbito público quanto privado, foi tema do encontro promovido pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham), por meio do comitê de Riscos & Seguros, nesta quinta-feira (6).
De acordo com Rafael Bertramello, diretor de subscrição da Chubb Corporation, as demonstrações financeiras e um olhar voltado para o negócio são os primeiros passos de análise antes de entrar na questão de contrato.
“Sob a análise do risco do projeto, seja público ou privado, o importante para a seguradora é a experiência prévia do cliente com aquele projeto central. A expertise para o negócio é importante para a seguradora na avaliação do contrato, além de checar a estrutura, como financiamento”, diz o executivo.
A vice-presidente do comitê de Riscos & Seguros e sócia de Demarest Advogados, Marcia Cicarelli, avalia como fundamental a resolução 407 do Conselho Nacional dos Seguros Privados por trazer um marco entre grandes riscos e seguros massificados.
“O seguro garantia, quando você vai subscrever o risco, o que você analisa é o contrato tomado pelo tomador e o destinatário. A nova lei de licitações para obras de grande vulto permite que o seguro seja de até 30% do valor da obra. Além disso, ainda existe a possibilidade da cláusula de retomada ‘step in’, isso permite que a seguradora assuma a execução da obra em vez de pagar por ela. Além do seguro garantia, ele também é fundamental para programas mundiais. Pensando em empresas globais, são programas de seguros global”, explica Cicarelli.
As movimentações econômicas ao redor do mundo, aliada às atualizações no mercado brasileiro, possibilitam uma potencialização para expansão de seguro garantia no setor privado.
“Temos aproximadamente 35 seguradoras operando no Brasil com seguro garantia. Há dez anos, o número era de 16. Existe uma oferta e expansão de oferta mais significativa do que na última década, com empresas menores conseguindo contratar – o que não ocorria antes. O seguro garantia é pouco explorado no setor privado: 85% dos segurados são do setor público e 15% do privado. O que temos de inovação e novas modalidades são exploradas no setor público, e não no privado. Existe uma oportunidade ampla de expansão no setor privado, onde falta inovação. Quanto mais informações as seguradoras tiverem, a tendência é de que os preços sejam mais atrativos e que o apetite das seguradoras seja maior”, conclui Bertramello.
A Britcham realiza eventos e discussões sobre os principais setores da indústria e do comércio entre Brasil e Reino Unido. O calendário com as atividades da Câmara está disponível aqui.