A Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) promoveu nesta terça-feira (22) um encontro entre associados da instituição e o embaixador Alexandre Ghisleni, coordenador da Força-Tarefa de Saúde do G20 e chefe da assessoria especial de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde.
“Vemos muitas oportunidades entre Brasil e Reino Unido, principalmente por conta da similaridade dos sistemas de saúde de ambos os países. O principal tema que diz respeito diretamente aos membros da Britcham é a proposta brasileira para a criação de uma produção local e regional de remédios, vacinas e material de diagnóstico para aquelas doenças em que o componente social for mais agudo”, afirma Alexandre Ghisleni.
De acordo com o embaixador, o fomento à produção local e regional é um elemento chave para se prevenir contra desabastecimento em uma futura pandemia. “Temos a promoção da inovação e da produção. Queremos vincular uma coisa e outra por meio de tecnologias e, assim, torná-las economicamente viáveis. Ao viabilizar a produção destes materiais para a saúde, poderemos ampliar o acesso da população a vacinas, remédios e materiais de diagnósticos”.
O chefe da assessoria especial de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde revelou que o Brasil, por meio da Presidência no G20, incentiva países membros do bloco a se disporem a promover acordos de trocas de dívidas com nações devedoras que estejam em situações de crise. “A ideia é que uma parcela do pagamento da dívida externa seja trocada por investimento nos setores de saúde destes respectivos países. Entendemos que esta iniciativa é oportuna, dada a situação de crise externa acentuada pelos impactos da Covid-19. A proposta brasileira está em consideração, aguardamos como os países vão reagir à discussão”, disse aos associados da Britcham.
As iniciativas vão de encontro com as prioridades do Brasil no que diz respeito à Saúde, destacadas pelo Conselho Nacional de Saúde: prevenção, preparação e resposta a pandemias, com foco na produção local e regional de medicamentos, vacinas e insumos estratégicos de saúde; saúde digital, para expansão da telessaúde, integração e análise de dados dos sistemas nacionais de saúde; equidade em saúde; mudanças climáticas e saúde.
“Nossa proposta é a criação de uma rede que possa aproximar governos e setor privado. Temos clareza de que uma iniciativa como essa depende do engajamento do setor privado de forma voluntária. Temos a expectativa, estamos otimistas de que ela será aprovada em algum formato”, concluiu Alexandre Ghisleni.
O debate foi mediado pelo comitê de Saúde da Britcham e faz parte de uma série de compromissos que promovem a relação comercial entre Brasil e Reino Unido. O calendário completo de eventos está disponível aqui.